Coagular.

Supérfluos que não temos não deveriam importar
O amor eu já incluí nessa lista,
mas ainda preciso de ar pra respirar
Caminhando pela rua, pisando em folhas secas
espero ansiosa até o verão chegar
E quando o calor começa a me incomodar,
Torço pro inverno me fazer tremer de frio.

Continuar nesse looping me dá uma enorme sensação de vazio
Contar as estações do ano e as desilusões a mais
Quando tudo que eu pretendia era um pouco de paz
Mas não sei onde procurar
E mesmo que eu encontre, sinto que ainda vai me faltar algo
Sigo me enganando, como se nada devesse importar

Mas importa.
Importa tanto que me faz escrever
Sobre o vazio que eu não sei preencher
Sobre o tempo que passa pra todos e permanece estático pra mim
Sobre mágoas e cicatrizes não curadas
Sobre facas e mãos machucadas

Escrevo porque tenho perguntas que não foram respondidas
Porque tenho diálogos prontos que ainda não usei
Escrevo porque prevejo mais um milhão de feridas
Que eu também não vou saber sarar, eu sei
Mas pretendo ter experiência pra pisar em solo seguro
Olhar no espelho e encontrar o orgulho que eu perdi
Em algum lugar

Me ajuda a encontrar?...
Só lembro de uma das minhas músicas favoritas de fundo
E uma mensagem subliminar que eu só entendi depois.
Me ajuda a respirar?...
Tudo em volta cheio de obviedades
Mentiras tão bem mascaradas de verdades

Lá vem o mesmo caminho de antes
Pisando em folhas secas,vendo os carros passarem
Já percebeu que tudo é utópico?
Já percebeu que tudo é em vão?
Ao invés de olhar as folhas secas,começo a observar o chão
E aceito meu estado natural,de eterna confusão.