
As buzinas, as sirenes
O tempo voa, amor
e só não leva minha dor
Que é pesada demais pra desgrudar do chão
Esse chão que pisam, que esmagam
E saem correndo todas as manhãs:
Egos inflados deixando meu ego pisoteado.
Sem tempo de tomar o café que esfria,
Sem tempo de aquecer a alma que esfria
Enquanto o mesmo medo me arrepia
Não conseguir lembrar dessas imagens
Que se dissipam, me abandonam
Deixando apenas vestígios que não quero lembrar
Deixando então as flores mais secas nesse lugar
Como se elas fossem mais pesadas que as outras que caem
E o cheiro dessas flores, ainda posso sentir
E elas viram esquinas e já não posso as ver
Flores secas sob meus pés, como consolo
Só servem pra lembrar
Que a decomposição vai fazê-las sumir
Levá-las rumo ao esquecimento
Sem a menor pista de existência
Sem rastro, sem essência
O tempo voa, amor
Somem as flores
Cicatrizam as dores
Cicatriza você.
Florzinha de ipê, eu fiquei encantada não só pelo fato de ter gostado do meus textos, mas de seus escritos.
ResponderExcluirA cicatrização é longa e árdua, mas nunca foi tão bela como a que vi agora.
Eu quem digo: Parabéns.
Beijos.
Suas flores são lindas! Quando escrevo, quero mostrar meu mundo, mas sei que meu mundo acaba onde começa o seu, o dela, o dos outros. Li com melancolia. E isso é interessante, perceber que essa melancolia está em mim, não em suas palavras, caso esteja, é você que precisa dizer. haha
ResponderExcluirUma vez, falei sobre o tempo que descascava unhas vermelhas, era em uma esquina, minha esquina das saudades. O cimento trincado era mascarado por uma poeira que dava alergia, daquelas que aparecem em faxina, sabe?! haha Mas tudo estava ali, lágrimas do que não se foi, lágrimas que desbotavam meu rosto, que ardiam meus olhos. Minhas flores ao vento também se desmanchavam e pousavam em chão sem dono, e elas que um dia se pinduravam em linhas árvores... Ah! pobre folhas...
Você é linda, Juliana, lindas palavras. haha
Danilo R. Almeida Alves.