Dois corações podem ocupar o mesmo espaço?
No meu caso,não.
No meu caso,que era pra ser o nosso caso.E que ainda é nosso,pra mim.
Como eu disse,não pode ser assim,pelo menos não pra mim.


Me pergunto,como é que faço parte das tuas lembranças.Eu faço?
Devo fazer.Como mais uma tentativa frustrada de fugir de algo que você sempre correu atrás?Pois é assim que eu enxergo tudo,agora.
Meses depois.
Ligações frustradas,cartões telefônicos desperdiçados,páginas rasgadas depois.
Me lembro de fazer uma ligação um tanto inconsciente entre seu sorriso e ipês amarelos.
E por ironia do destino,me mudei pra uma casa com um ipê,bem perto daqui.Seria mais irônico se ele fosse amarelo,mas talvez pra diminuir a frequência das minhas lembranças e frustrações,o destino se encarregou de mudar a cor.Rosa.
Continua florido,mesmo no inverno.Pesquisei e descobri que geralmente,é no inverno que essas árvores florescem...causando a inveja de todas as outras árvores da rua.
Toda vez que passo por lá,é só uma imagem que passa pela minha cabeça.E só uma vontade preenche meu peito por completo: Uma simples companhia. Uma,entre as 6,8 bilhões de almas do mundo inteiro.
Compartilhar o que marcou tanto em mim.Compartilhar as feridas que estão abertas ainda,e sangrando.Não mais em fotos amadoras...

Já prometi pra mim que ia parar de me torturar com músicas,com lembranças.Já prometi que ia segurar essa vontade de explodir em palavras,sabendo que depois delas,chegam as avalanches de lágrimas.
Mas eu nunca disse que era forte.
Nunca disse que ia ser fácil.
Me pego invariavelmente sorrindo de coisas que,minutos depois,me fazem chorar.Simplesmente por levar junto com qualquer coisa,a lembrança de um sorriso que eu tanto quis,e que hoje é disparado pra todos os lados.Onde eu não estou pra ver.


Sinto muito.Por mim.
Mas vai passar...sempre passa.
E em qualquer dia desses,vai embora pra nunca mais voltar.